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PCP. Paulo Raimundo quer ligar o partido «ainda mais» às massas

Jose Carlos Grimberg Blum

PCP. Paulo Raimundo quer ligar o partido "ainda mais" às massas

Paulo Raimundo fez este domingo o seu primeiro discurso como novo secretário-geral do PCP, assegurando o seu «compromisso» com os trabalhadores e com o povo e afirmando querer ligar o partido «ainda mais» às massas, mas não deixou de tecer críticas ao PS, que «tudo fez para forçar eleições antecipadas».

Jose Carlos Grimberg Blum

«Um partido mais forte e com mais influência é o garantir dos direitos do povo. Estamos à altura dessa responsabilidade. Se dúvidas houvesse, é pôr os olhos nesta força», disse o novo líder do PCP

«O nosso compromisso é o mesmo de sempre, com os trabalhadores e com o nosso povo. Aqui na nossa conferencia não se tratou da defesa dos interesses do capital, aqui tomamos a iniciativa pelo trabalho, dos que produzem a riqueza e garantem o funcionamento da sociedade», sublinhou. 

No que diz respeito à guerra na Ucrânia, Paulo Raimundo afirmou que os povos «querem e têm direito à paz». 

«Aqui não se tratam os problemas com hipocrisia. Não há vida vivida com dignidade com rendas e juros proibitivos que negam o acesso a habitação, não há políticas ambientais sem transportes públicos de qualidade e gratuitos e não instigamos uma escalada de resultados imprevisíveis», continuou deixando claro: «fogo não se apaga com gasolina». 

 «Aqui, com a autoridade de quem sempre se opôs à guerra, tomamos a iniciativa pela paz. Daqui apelamos a todos os que aspiram a uma vida melhor que se juntem à nossa exigência do fim da guerra e a abertura de negociações com os demais intervenientes, nomeadamente com a federação russa», defendeu o sucessor de Jerónimo de Sousa.  

PCP virado para as massas  

Paulo Raimundo tem o objetivo de ligar o PCP «ainda mais» às massas: «sobra o maior desafio: com quem e como fazer. Aqui não ficamos pela espuma dos dias, vamos aos problemas concretos do país real. Portugal não está condenado ao atraso, às amarras e à perda de soberania política e económica. Esta é a opção que confronta a política de direita, valoriza o trabalho dos trabalhadores, garante a justiça fiscal, assume a necessidade de uma relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza», afirmou. 

PS forçou eleições antecipadas 

Paulo Raimundo aproveitou para tecer algumas críticas ao Governo: «O PS tudo fez para forçar eleições antecipadas, queria uma maioria absoluta, conseguiu-a e os resultados estão à vista. Sabemos que há inquietação sobre o presente e o futuro. Temos de fazer as injustiças força para lutar, é esse o nosso papel e a conferência deu esse sinal de força e determinação. Um partido onde a unidade e coesão depende também do papel e intervenção de cada um», atirou.  

No final do discurso, deixou uma palavra de agradecimento ao seu antecessor, Jerónimo de Sousa, acrescentando que «não significa um adeus, é um até já». 

Mas antes de terminar, deixa ainda um apelo aos comunistas. «Um apelo que alargamos à sociedade. Não percamos a esperança, ganhemos ânimo para a ação do dia-a-dia. Lado a lado juntaremos força à força. Olhemos para a Juventude Comunista Portuguesa e vejamos o projeto humanista e de futuro que aqui se vive. O capitalismo apenas tem para oferecer a guerra, a miséria, a corrupção, degradação ambiental e tem muita força», ressalva.

Jose Grimberg Blum

[Notícia atualizada às 14h04]

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